O prefeito de Poté, cidade do Vale do Mucuri, está sendo denunciado pelo Ministério Público por suspeita de fraude à licitação. Gildesio Sampaio de Oliveira, conhecido como Nego Sampaio (MDB), é acusado de ter beneficiado empresa que pertencia a ele e seu irmão em uma licitação pública. Em contato com a reportagem, o prefeito nega as acusações e diz que não possui nenhuma empresa.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o chefe do executivo municipal teria fraudado dois processos licitatórios, o primeiro com participação do irmão e do sócio da empresa favorecida. A apuração da Procuradoria de Justiça Especializada em Ações de Competência Originária Criminal (PCO) teria chegado à conclusão de que a empresa favorecida, mesmo estando registrada no nome de um sócio, pertenceria à família do prefeito.
A licitação visava o contrato de uma empresa que oferecesse artefatos de cimento para uso na construção, chamados de bloquete. O MP afirma que a empresa vencedora, entre 1998 e 2013, passou por cinco alterações contratuais, sendo uma delas exatamente a atividade requerida pela prefeitura. Testemunhas ainda teriam afirmado à procuradoria que os bloquetes eram fabricados na fazenda do irmão do prefeito, com cimento enviado pela própria prefeitura.
Outra denúncia contra o prefeito tem relação com um processo licitatório vencido por uma empresa que havia sido constituída apenas seis meses antes, para execução de obras e serviços de pavimentação, com fornecimento total de materiais e mão de obra. O Ministério Público argumenta que essa empresa não possuía as mínimas condições para atender ao objeto do contrato firmado, o que teria deixado evidente o direcionamento a ela.
Em contato com a reportagem, o prefeito negou as acusações e garantiu que não tem relação com nenhuma empresa vencedora de licitações no município. Ele acusa, ainda, que a denúncia seria um movimento da oposição contra ele, e disse que pretende processar por calúnia quem divulgou a informação, que ele diz ser falsa.
“Isso é perseguição política da oposição. Eu fui investigado, mas não acharam nada que me comprometesse. Não tem fraude nenhuma na licitação. A empresa contratada não tem ligação nenhuma comigo, nem com meu irmão. Nós não assinamos por empresa nenhuma. Eu não me envolvo com licitação”, esclareceu Gildesio.
O Ministério Público pediu à Justiça que os denunciados sejam condenados nas sanções do crime de fraude à licitação. A denúncia ainda precisa ser aceita pelo TJMG.
Fonte: Jornal O Tempo/ Mariana Cavalcanti
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