O projeto Hãmhi foi convidado a participar da exposição “Cartografias Indígenas”, na Casa Amèrica Catalunya, em Barcelona. A mostra será composta por mapas e cartas georreferenciadas, realizados pelos povos indígenas do Acre e pelos Tikmũ’ũn de Minas Gerais. As obras evidenciam como a cartografia, historicamente utilizada contra os povos originários, vêm sendo manejada como instrumento de defesa de seus territórios e gestão ambiental. A exposição será inaugurada no dia 13 de novembro.
Os mapas e vídeos que serão apresentados foram produzidos em uma das ações de formação dos agentes agroflorestais Tikmũ’ũn, realizada pelo Projeto Hãmhi | Terra Viva, que visa a formação de 30 agentes agroflorestais Tikmũ’ũn. Os agentes realizam o plantio de quintais agroflorestais, organizam mutirões de plantio de árvores nativas da Mata Atlântica e de matas ciliares e participam de ações de educação ambiental e prevenção aos incêndios florestais.
Antigos habitantes dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, hoje os Tikmũ’ũn são uma população de 2.850 pessoas, com aldeias situadas em Teófilo Otoni, Ladainha, Santa Helena de Minas e Bertópolis. Há dois séculos, a destruição destas matas era tida como uma estratégia de destruição dos povos indígenas na região, que resultou na poluição e assoreamento dos rios, na destruição das matas, no aumento dos incêndios, na falta de frutas e sombra.
Hoje, os Tikmũ’ũn vêm empreendendo esforços para reflorestar os territórios que estão localizados nas regiões Vale do Mucuri e Jequitinhonha, que estão entre as que mais aqueceram com as mudanças climáticas, segundo um levantamento inédito do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Projeto Hãmhi | Terra Viva é realizado pelo Instituto Opaoká, com apoio da Plataforma Semente, e do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente – CAOMA do Ministério Público de Minas Gerais. Para saber mais, acesse o site www.hamhi.org e o canal youtube www.youtube.com/@HamhiTerraViva.
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