A Lithium Ionic identificou novos recursos minerais em seu depósito de lítio denominado Bandeira, no Vale do Jequitinhonha. A constatação implica em um aumento da estimativa de recursos globais disponíveis da mineradora em 26%, para 60,1 milhões de toneladas. Recentemente, a empresa anunciou que o estudo de viabilidade do projeto está em fase final.
Além da análise de viabilidade, programada para ser concluída em maio, e da identificação de novos recursos, que eleva a consistência do empreendimento, a companhia iniciou, no fim de 2023, o processo de licenciamento com a apresentação do pedido de licença ambiental e de instalação concomitante. A expectativa da mineradora canadense é que as solicitações sejam aprovadas no segundo semestre deste ano, resultando na autorização para começo da construção.
Procurada, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) informou que o processo de licenciamento da Lithium Ionic encontra-se em análise no órgão ambiental. Em nota, eles disseram que no próximo mês será realizada vistoria no local para dar prosseguimento às avaliações. De acordo com a entidade, “o prazo legal para submissão da licença ao Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) é para o final do terceiro trimestre de 2024”.
A intenção da mineradora é operar no Estado já no ano que vem. Em linha com o início dos trabalhos, deve ser finalizado até o quarto trimestre de 2025, um plano que visa atender às necessidades de longo prazo do projeto, facilitando a edificação e eletrificação de infraestrutura elétrica entre a rede elétrica existente e a operação. Para isso, a empresa assinou um contrato de energia hidrelétrica de baixo custo com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Em preparação para começar a construir o empreendimento, a Lithium Ionic nomeou um veterano brasileiro da mineração para diretor de operações. O engenheiro Paulo Misk terá a missão de liderar o desenvolvimento do projeto. Com mais de 38 anos de experiência no ramo, ele tem passagens pela Largo Resources, AMG Brasil, Anglo American e Fundação Renova.
Investimentos da Lithium Ionic em Minas Gerais
A previsão de aportes da companhia canadense em Minas Gerais é de R$ 750 milhões, com mais de mil empregos diretos gerados, fora os indiretos. A mineradora vai atuar na extração de lítio nos municípios de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, e Salinas, no Norte do Estado, todos membros do Vale do Lítio, cinturão geológico, formado por 14 cidades, que abriga a maior reserva nacional do “metal do futuro”, um dos minerais protagonistas na transição energética.
Ao longo do último exercício, com novas aquisições na região, a Lithium Ionic se tornou a segunda maior detentora de reservas minerais no Vale do Lítio. No período, a empresa aumentou suas propriedades em quatro vezes, de 3,6 mil hectares para 14,2 hectares. Neste ano, a companhia pretende continuar monitorando oportunidades e adquirindo terras estratégicas.
Vale destacar que o depósito de lítio Bandeira, em estágio de viabilidade e com estimativa de gerar uma produção média anual de aproximadamente 218 mil toneladas de concentrado de espodumênio de alta qualidade, cobre apenas cerca de 1% do total de áreas da empresa. Junto ao terreno “Outro Lado”, ainda pouco explorado, a reserva compõe a propriedade de terras Itinga.
O segundo grupo de propriedades, denominado Salinas, cobre em torno de 4,5% do pacote de terras da mineradora em Minas Gerais. Até dezembro, a companhia espera atualizar a estimativa de recursos minerais para a área e concluir a avaliação econômica preliminar do empreendimento, visando acelerar as próximas etapas. A meta da empresa canadense é finalizar a avaliação de impacto ambiental nos primeiros três meses de 2025 e iniciar o processo de licenciamento.
Fonte: Diário do Comércio
Crédito: Reprodução / Site Lithium Ionic
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